10 de agosto de 2010

A liberdade de imprensa, no governo Lula

O nome de Dilma Rousselff, como candidata do PT à presidência, foi indicado diretamente pelo presidente Lula que não esconde esta medida autoritária. A candidata do PT não tem experiência eleitoral até este momento. "E eu não sei o que a Dilma pensa, porque ela não fala.", comentou o ex-presidente FHC, na Flip, em Paraty, em 4-8-2010.

Os abusos, por parte do presidente Lula, na campanha, são recorrentes: um lote de sete multas impostas pelo TSE. Quem é o protagonista do PT nesta eleição? O presidente Lula ou a candidata Dilma? Lula estaria inspirado em Fidel Castro na sua permanência no governo? Tanto Dilma quanto Fidel foram guerrilheiros e não hesitaram em pegar em armas para defenderem as suas ideias e nem em maltratar colegas. Dilma seria a Fidel Castro de saia?!

As alianças do atual governo são amplas e, para o espanto dos brasileiros, inclusive com desafetos históricos que foram duramente criticados durante anos pelo presidente Lula, como por exemplo, a família Sarney, o senador Renan Calheiros, o deputado Jader Barbalho e o ex-presidente Fernando Collor.

O ex-presidente Fernando Collor quer voltar, ao governo alagoano, 21 anos após renunciar para concorrer ao Planalto. Para isso, tenta apagar o passado e colar sua imagem na do ex-desafeto Lula e em sua candidata. "Não se esqueçam deste nome: Dilma Rousseff presidenta, número 13 na cabeça! Obrigado, minha gente!" Foi assim, que o senador Fernando Collor (PTB) encerrou comício para cerca de 1.000 pessoas em Feira Grande (AL), a primeira de cinco cidades que visitaria na sexta-feira. "Lula vai encerrar o mandato como o melhor presidente que o Brasil já teve", disse Collor a uma rádio, na quarta-feira. "Sou candidato do presidente Lula, da ministra Dilma e do governo federal."(Folha de São Paulo, de 15-08-2010.)


Após o término da Copa do Mundo, de 2010, a agenda do presidente Lula tem coincidido com a da candidata Dilma. Em um destes "encontros casuais", após a candidata Dilma ser entrevistada pelo JN, no dia 9-08-2010, o presidente Lula em discurso, em BH, afirmou que, "pelo fato de Dilma ser mulher e candidata, o entrevistador tivesse um pouco mais de gentiliza com ela".


Atento Leitor, fico me perguntando se estamos caminhando para uma ditadura lulista onde a imprensa será "acompanhada". Vejamos alguns sinais do desejo do cerceamento à imprensa e liberdade, pelo presidente Lula.

Primeiro: a queda da exigência do diploma para jornalista. Importante ressaltar que foi aprovada, posteriormente, pela comissão especial da Câmara dos Deputados, a PEC que obriga a volta da obrigatoriedade do diploma, em 14-07-2010. O texto aprovado na comissão especial ainda terá de ser votado em dois turnos pelo plenário da Câmara e, depois, pelo Senado. Como é uma PEC, não passa por sanção presidencial. Imprescindível também recordar que, segundo o relator do novo texto, Hugo Leal, "Ser jornalista exige qualificação. A graduação universitária é instrumento imprescindível de qualidade e democratização da informação e do acesso à profissão, não de restrição". O deputado Hugo Leal afirmou também que a nova redação evitará interpretações de inconstitucionalidade.

Segundo: nos pontos polêmicos do Plano de Direitos Humanos, podíamos vislumbrar a proposta do acompanhamento editorial dos veículos de comunicação. A partir do momento, em que se cria uma comissão para controlar os meios de comunicação estamos eliminando a liberdade de imprensa e caminhando para uma ditadura. Este item, assim como, por exemplo, o veto à ostentação de símbolos religiosos em locais públicos, foram retirados. O presidente Lula disse, no dia 12-8-2010, que desistiu de enviar ao Congresso Nacional projeto de consolidação das leis sociais por causa da eleição. Segundo ele, na FSP, as propostas poderiam ser "deformadas" e afirmou que irá esperar a nova composição da Câmara dos Deputados e do Senado para decidir se ainda fará a consolidação.


Terceiro: já virou rotina o presidente Lula afirmar que a imprensa não se interessa por notícias boas. "Não é que a imprensa seja contra nós. De mim não gosta muito, mas notícias boas não têm importância". (FSP, em 12-08-2010). Atento leitor, o presidente Lula deseja uma imprensa engajada em fazer publicidade para o governo. Por ironia do destino, o presidente Lula, a candidata Dilma lutaram contra a ditadura na década de 70, mas hoje, são a favor de uma ditadura na mídia para atender aos interesses dos que estão deslumbrados com o poder. Meu querido leitor, você não acha significativo a proximidade do presidente Lula com inúmeros ditadores. Cito alguns: Hugo Chavez, Fidel Castro...até o Ahmadinejad.

Em 2004, o jornalista Larry Rohter, do "The New York Times", foi correspondente no Brasil e ficou famoso por uma reportagem em que insinuava que o presidente Lula abusava da bebida. O governo tentou expulsá-lo do país, e com isso abrindo uma polêmica sobre o grau de intolerância do presidente com relatos incômodos à sua administração. Na época, segundo o repórter, Lula sugeriu que a reportagem era "encomendada" presumivelmente pela CIA (agência norte-americana de inteligência) para minar o papel de liderança do presidente na formação do G-20 (grupo dos ricos que inclui países emergentes).

Presidente Lula, a liberdade de imprensa não pertence à vontade do governo. É um valor democrático da sociedade, e pressupõe o direito de informar e de ser informado, com precisão e honestidade. A liberdade de imprensa não autoriza a mentira, a distorção, a calúnia. Não dá o direito de omitir fatos e notícias.