18 de maio de 2011

A educação no Brasil.

No Brasil, uma minoria que tem condição econômica procura oferecer aos filhos a melhor educação possível e rejeita a ideia do diploma conquistado pelo caminho fácil. Pertinente a matéria "O Ministério da Desigualdade", de Rolf Kuntz, do Jornal Estadão: "Preconceituoso e elitista é quem condena o pobre a uma instrução de baixa qualidade e ainda o aconselha a se contentar com isso."

Concordo com Evanildo Bechara que "Há uma confusão entre o que se espera de um cientista e de um professor. " O aluno desconhece a norma culta assim como a literatura; e não tem ainda conhecimento para aprofundar certos debates. A escola deve fornecer este conhecimento, para depois o aluno formar a sua opinião. Leitor, você já se perguntou, porque muitas escolas ainda persistem em impor clássicos da literatura, num primeiro momento, quando o aluno ainda não se tornou um leitor.

Marcos Bagno afirma que "A atitude normal da escola sempre foi zombar da fala dos alunos.", que não está de acordo com a norma culta, segundo a F.S.P., em 18-05-2011. Pergunto: por que não se zomba de um cidadão que está no poder, tem prestígio, e não domina a norma culta? E inclusive se dá ao luxo de inventar palavras.

Ao lembrar que os manuais dos jornais orientam o jornalista para não usar a mesóclise, Marcos Bagno está falando sobre a evolução da língua, mas se esquece de que a dinâmica da língua não impede o ensino da norma culta. Na TV e no rádio, por exemplo, a comunicação de notícias fica restrita a grupos relativamente reduzidos devido ao fato de que é necessário um domínio da norma culta e aparato de conhecimentos.

Acredito que combater apenas o preconceito linguístico não resolve. É preciso educar! É necessário investir na educação! Quantos livros os alunos estão lendo por ano? O Brasil, segundo a "Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil", em 14-08-2008, ainda detém uma média baixa de índice de leitura: 4,7 livros lidos, por habitante, durante um ano. Dessa média, 1,3 foram lidos fora da escola.

Enquanto escrevia esta postagem, minha prima xará, Claudinha Chalita, postou este vídeo. O relato da professora Amanda Gurgel sinaliza, mais uma vez, que a educação infelizmente não é prioridade, no Brasil.



2 comentários:

  1. Nobre autora,

    Infelizmente entre os BRIC´s o Brasil é o único país que é "status" ter ensino superior. A educação que deveria ser gratuita e de qualidade é na verdade um privilégio para poucos.
    As universidades públicas estão infestadas de elitistas. Algo está errado. E está na base da educação.

    Além da Coréia do Sul, vale ressaltar também o Estado de Israel, 50 anos e está a frente do nosso país. Cito também a Finlândia, onde NÃO EXISTE instutição de ensino particular. Para eles o ensino não pode ser comercializado. É dever do estado.

    Noto a crescente evasão dos profissionais brasileiros. Doutores, Phd´s ou quem precisa de auxílio em pesquisas é obrigado a ir para o exterior. Não há suporte e muito menos mercado para ester profissionais.


    No aguardo do seu novo post,

    Dr. Manhattan

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  2. Dr. Manhattan!
    O que o governo quer é apenas a inclusão, ou seja os números, nas estatísticas. Em momento nenhum, há interesse do governo para se implantar uma educação com qualidade. Até porque é bem mais fácil manipular um povo sem instrução, sem acesso a uma educação com qualidade.
    Fazer uma curso universitário, no Brasil, não é sinal de qualificação, infelizmente; é apenas sinal de status.
    O ensino virou um comércio lucrativo.
    Quando a presidente Dilma foi eleita, saiu no Jornal Le monde, uma matéria sobre o Brasil. Questionavam, por exemplo, o seguinte: como o país irá crescer se não há mão de obra qualificada e o governo não investe na educação. E citou o fato de que o Lula perdeu tanto tempo fazendo alianças com a oposição, que se esqueceu de combater a corrupção.
    Dominar a norma culta não significa abdicar da cultura de determinado grupo, no qual o indivíduo está inserido. A língua falada é distinta da língua escrita. Cada contexto, cada situação pedem uma determinada variação da língua brasileira. Quanto mais variações o cidadão dominar, melhor.

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