Mais adiante, em sua página 15, o texto afirma, ainda segundo o J.F.P, conforme revelou o site IG: "Você pode estar se perguntando: 'Mas eu posso falar os livro?'. Claro que pode. Mas fique atento porque, dependendo da situação, você corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico".
Acho lamentável o preconceito linguístico e a variação linguística estarem sendo usados para a perpetuação de erros gramaticais. "Nós vai?" "Os livro?"
O papel da escola é ensinar a língua padrão! Qualquer outra hipótese é um equívoco político e pedagógico. Gostem ou não: a norma culta é a variação dos grupos mais favorecidos, e é a que permite, por exemplo, uma mobilidade social. O domínio da norma culta faz diferença e é uma possibilidade de sucesso. A própria produção jornalística utiliza a norma culta, para veicular informação.
Existe a falácia de que os menos favorecidos, ao aprenderem o domínio de uma outra forma de falar e escrever, teriam destruídos ou diminuídos os seus valores populares. Há a propagação equivocada de que o ensino da norma culta, para estudantes menos favorecidos, é uma forma de perpetuar um pensamento único elitista. Há também uma política de DESeducação assim como de DESinformação.
É evidente que existem relações entre as formas de linguagem nos livros didáticos, as instituições em que eles são usados, e as práticas pedagógicas que eles sustentam. As relações entre língua escrita, conhecimento e poder são amplas.
O fato da língua falada não ser espelho da língua escrita, e da língua brasileira apresentar variações linguísticas, de acordo com a classe social, a região, a escolaridade etc, não são justificativas para não se ensinar a norma culta.
"Por uma vida melhor" para os próximos eleitores ou políticos?
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