Loki é o Deus do fogo, da trapaça e travessura, na mitologia nórdica. Também está ligado à magia e pode assumir formas de vários animais - exceto de aves. Loki também é o primeiro disco solo, de Arnaldo Baptista, e é considerado, por muitos, como um dos dez maiores álbuns da música popular brasileiro, um flagrante de sofrimento e dor que impressiona e comove por sua sinceridade.
O documentário Loki, do diretor Paulo Henrique Fontenelle, de 2008, retrata a vida de um dos mais importantes e influentes personagens da música brasileira e mundial e que, infelizmente, nunca teve o reconhecimento merecido. Apresenta depoimentos de diversos artistas, músicos consagrados internacionalmente, amigos e da família. A cinebiografia de Arnaldo Baptista, fundador dos Mutantes, tem sua narrativa costurada por depoimentos emocionantes do artista, enquanto o próprio pinta um quadro emblemático. Os Mutantes são um legado de liberdade.
Em 1980, Arnaldo lançou o segundo álbum solo, “Singin Alone”. Por ironia do destino, em 1982, caminhou até a janela do Hospital do Servidor Publico, em São Paulo, onde estava internado, por causa de uma depressão, quebrou o vidro e pulou do quarto andar atirando-se numa tentativa de suicídio. O músico esqueceu ou sabia que o Deus Loki não podia assumir a forma de uma ave. Resultado do vôo: o músico ficou quase dois meses em estado de coma.
Arnaldo materializou a sua própria arte, música. Experenciou a Balada do louco. "Eu juro que é melhor não ser um normal ... se eu posso pensar que Deus sou eu." O músico fundiu a persona do artista com ele mesmo. Jogou-se de corpo e alma ao ofício de ser um artista. Arnaldo é a personificação da arte.
O que impulsionou Arnaldo para uma arte inovadora, desafiadora que rompeu paradigmas? O descobrimento de si, a busca pelo conhecimento, pela plenitude? O caminho de Arnaldo se fez à custa de erros e descobertas construtivas e artísticas. Parece que foi, no labirinto em que se perdeu, que o músico se encontrou através da arte e do amor de uma fã: sua mulher, Lucinha.
Segundo o maestro Rogério Duprat, Arnaldo Baptsita é responsável por quase tudo que aconteceu, no Brasil, de 67 para cá. Com os Mutantes, o rock ganhou identidade brasileira. Arnaldo deu uma grande contribuição devido a sua liberdade musical, irreverência, competência, ironia, alegria - lembrando que o contexto era a ditadura. Os Mutantes seriam os Beatels sem imitar os Beatles.
Fãs internacionais de Arnaldo, como Kurt Cobain, Sean Lennon e Devendra Banhart – que afirmam que os Mutantes são melhores que os Beatles – também prestam suas homenagens ao ídolo e reiteram a importância de Arnaldo Baptista na história da música, não só no Brasil, mas no mundo. Cada declaração traz histórias curiosas, engraçadas e, em alguns momentos, trágicas sobre o artista e seu tempo.
“Já assisti ao filme várias vezes, perdi a conta. É engraçado porque cada vez me vejo de um jeito diferente. Parece um espelho: às vezes me acho feio e outras, bonito”, diz Arnaldo, no canal Brasil. “Esse filme preenche uma lacuna que só agora percebi que estava faltando. Ele completa minha história.”
Estoy muy contento con este post!
ResponderExcluirEs un trabajo realmente difícil encontrar algo y la gente que recuerda de Arnaldo.
Mutantes es Arnaldo
paz! - Bianchinni
Lamentablemente, los brasileños en general, sufre de una enfermedad: la falta de memoria.
ResponderExcluirArnold es el más conocido fuera del país.
Paz!